terça-feira, 22 de maio de 2012

Ora, porque foi proibida????

Campanha publicitária  proibida da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos:



 


Pesquisa comprova: mídia demoniza o MST

O Intervozes publica pesquisa que analisa a cobertura da mídia sobre o MST durante a CPMI de 2010; lançamento será dia 24, em Brasília
Coletivo Intervozes
Uso de termos negativos, pouca relevância dada às bandeiras do Movimento e exclusão do MST como fonte. O que já era percebido pelos movimentos sociais agora foi comprovado em pesquisa que analisou cerca de 300 matérias sobre o MST em TV, jornal impresso e revistas. O resultado desse trabalho será lançado na quarta-feira, dia 24, às 19h, na Tenda Cultural do Acampamento Nacional da Via Campesina (Estacionamento do Ginásio Nilson Nelson), em Brasília.
O relatório, intitulado “Vozes Silenciadas”, analisou as matérias que citaram o MST em três jornais de circulação nacional (Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo); três revistas também de circulação nacional (Veja, Época e Carta Capital); e os dois telejornais de maior audiência no Brasil: Jornal Nacional, da Rede Globo, e Jornal da Record. O período pesquisado foi de 10 de fevereiro a 17 de julho, duração das investigações de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o MST.
O lançamento contará com a presença de Mônica Morão, professora da UFC e responsável pela pesquisa, de Leandro Fortes, jornalista da revista Carta Capital, e da Coordenação do MST. O relatório foi realizado pelo Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social com o apoio da Fundação Friedrich Ebert e da Federação do Trabalhadores em Radiodifusão e Televisão (FITERT).
O estudo
MST é retratado como violento e suas bandeiras recebem pouco destaque. A pesquisa concluiu que o movimento, na maioria dos casos, não era central nas matérias que o citam. O tema predominante foi as eleições (97 inserções), com uma grande diferença em relação ao segundo lugar, o Abril Vermelho (42 inserções). A CPMI foi tema apenas de oito matérias (ou 2,6% do total). Nas matérias sobre eleições, o MST não apareceu nos debates sobre políticas agrárias, mas sim como ator social mencionado de forma negativa pelos dois principais candidatos do pleito nacional. O Movimento aparece em segundo lugar no ranking de fontes ouvidas (em primeiro lugar estão matérias que não ouvem nenhuma fonte). Porém, essa colocação representa apenas 57 ocorrências num universo de 301 matérias.
Quase 60% das matérias utilizaram termos negativos para se referir ao MST e suas ações. O termo que predominou foi “invasão” e seus derivados, como “invasores” ou o verbo “invadir” em suas diferentes flexões. Ao todo, foram usados 192 termos negativos diferentes, entre expressões que procuram qualificar o próprio MST ou suas ações.
A maioria dos textos do universo pesquisado cita atos violentos, o que significa que a mídia faz uma ligação direta entre o Movimento e a violência. Não bastasse essa evidência, dentre as inserções que citam violência, quase a totalidade (42,5% do total de matérias) coloca o MST apenas como autor.
SERVIÇO
Lançamento do relatório “Vozes Silenciadas – A cobertura da mídia sobre o MST durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito”
Data: 24/08/2011
Horário: 19h
Local: Tenda Cultural do Acampamento Nacional da Via Campesina (Estacionamento do Ginásio Nilson Nelson) – Brasília/DF.
Mais informações: Gésio Passos – 61 3341-3637 – comunicacao@intervozes.org.br

fonte: http://www.reformaagraria.blog.br/2011/08/19/pesquisa-comprova-midia-demoniza-o-mst/

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Da tortura à verdade e sua comissão...






A presidente Dilma Rousseff se emocionou nesta quarta-feira (16/05) ao dar posse aos sete membros da Comissão da Verdade, que terão a tarefa de esclarecer violações de direitos humanos durante a ditadura militar.

"A ignorância sobre a história não pacifica, pelo contrário, mantém latentes mágoas e rancores", disse a presidente em seu discurso com voz embargada.
A cerimônia ocorreu na presença dos ex-presidentes José Sarney (PMDB), Fernando Collor (PTB), Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

fonte: http://tvig.ig.com.br/noticias/politica/dilma-se-emociona-durante-discurso-8a498026374d354b013756e2bd0d019f.html


"A VERDADE É FILHA DO TEMPO, NÃO DA AUTORIDADE"... (GALILEU)

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Fábula das Abelhas, de Bernard Mandeville


A Fábula das Abelhas, de Bernard Mandeville

Segue abaixo, um dos mais polêmios poemas da história. Uma  obra de vital importância dentro do contexto da Economia Clássica, tendo  sido comentada, inclusive, por Adam Smith. Dentro de algum tempo,  também estaremos postando aqui nosso comentário. Aguardem!
Uma grande colméia, repleta de abelhas,    
Que viviam com luxo e comodidade,     
Porém eram tão famosas por leis e armas     
Quanto por copiosos e precoces enxames,     
Era tida como o grande berço     
Das ciências e da indústria.     
Não havia abelhas que possuíssem governo melhor,     
Maior volubilidade ou menos contentamento;     
Não eram escravas da tirania,     
Nem governadas pela desenfreada Democracia,     
E sim por reis, que não podiam errar,     
Pois seu poder era restrito por leis.
Esses insetos viviam como os homens,    
E todas as nossas ações executavam em miniaturas;     
Faziam tudo o que se faz na cidade,     
E o que é da alçada da espada ou toga,     
Embora os trabalhos engenhosos dos membros minúsculos     
De tão ligeiros escapassem à vista humana.     
Entretanto, não temos máquinas, trabalhadores,     
Navios, Castelos, armas, artífices,     
Ofício, ciência, loja ou instrumento     
Para os quais não possuíssem equivalente;     
Estes, sendo sua língua desconhecida,     
Devem ser chamados com os nomes que damos aos nossos.
Como concessão, entre outras coisas,    
Queriam dados, mas tinham reis,     
E estes tinham guardas, do que se pode, acertadamente,     
Concluir que algum jogo havia,     
A menos que exista um regimento     
De soldados que não pratique nenhum.     
Grandes números abarrotavam a fértil colméia,     
Porém essa multidão fazia com que prosperassem;
Milhões empenhavam-se em satisfazer    
Mutuamente sua cupidez e vaidade,     
Enquanto outros milhões labutavam     
Para ver destruídas suas obras.     
Abasteciam metade do universo,     
Porém tinham mais trabalho que trabalhadores.     
Alguns, com grande capital e pouco esforço,     
Lançavam-se a negócios de fabulosos lucros;     
Outros estavam condenados à foice e à espada,     
E a todos esses árduos e cansativos ofícios     
Nos quais, voluntariamente, desgraçados suam dia após dia,     
Esgotando as forças e os membros para poderem comer,
Enquanto outros se dedicavam a mistérios    
Aos quais poucos encaminhavam aprendizes,     
Que não requeriam outro cabedal senão o descaramento,     
E podiam estabelecer-se sem um centavo sequer,     
Como trapaceiros, parasitas, gigolôs, jogadores,     
Punguistas, falsários, charlatães, adivinhos     
E todos os que, inimigos     
Do trabalho honesto, astuciosamente     
Convertiam em seu próprio benefício     
O trabalho do afável e incauto próximo.
A esses chamavam velhacos, mas exceto pelo nome,    
Os austeros industriosos eram iguais;     
Todos os negócios e cargos tinham algo de desonesto,     
Nenhuma profissão era isenta de embustes.
Os advogados, cuja arte tinha por base    
Suscitar contendas e dividir causas,     
Opunham-se a todos os registros, pois as trapaças     
Poderiam dar mais trabalho com propriedades hipotecadas,     
Como se fosse ilegal que o patrimônio de alguém     
Fosse conhecido sem uma ação judicial.     
Postergavam deliberadamente as audiências,     
Para embolsar polpudos honorários,     
E, para defender uma causa iníqua,     
Examinavam e observavam as leis,     
Como ladrões que espreitam lojas e casas     
Para descobrir qual o seu ponto fraco.
Médicos valorizavam fama e riqueza    
Acima da saúde dos depauperados pacientes     
Ou de sua própria habilidade; a maior parte estudava,     
Em vez de as regras da arte,     
Olhares graves e pensativos e atitudes apáticas,     
Para ganhar a simpatia do boticário     
E elogios das parteiras, sacerdotes     
E todos os que lidavam com nascimentos e funerais,     
Suportar a incessante tagarelice da tribo,     
E ouvir a tia da dona da casa prescrever,     
Com um sorriso afetado e um cortês “como vai?”     
Para bajular toda a família     
E, o que é o pior de todos os tormentos,     
Agüentar a impertinência das enfermeiras.
Entre os muitos sacerdotes de Júpiter,    
Contratados para invocar as bênçãos do céu,     
Alguns havia sábios e eloqüentes,     
Mas milhares lascivos e ignorantes;     
Contudo, todos preenchiam os requisitos que podiam ocultar     
Sua preguiça, luxúria, avareza e orgulho,     
Pelos quais eram tão famosos quanto alfaiates     
Por sonegar retalhos e marinheiros por rum.     
Alguns, magros e pobremente vestidos,     
Rezavam misticamente por pão,     
Com isso querendo dizer uma farta despensa,     
Contudo, literalmente, não recebiam nada além.     
E, enquanto esses santos labutadores passavam fome,     
Alguns preguiçosos a quem serviam     
Abandonavam-se ao ócio, com todas as graças     
Da saúde e da fartura nas faces.
Os soldados, que eram forçados a lutar,    
Se sobrevivessem, auferiam honrarias,     
Embora alguns, que se esquivavam de brigas sangrentas,     
Houvessem sido feridos na fuga.     
Alguns generais valentes combatiam os inimigos,     
Outros aceitavam suborno para deixa-los escapar;     
Alguns aventuravam-se sempre onde a luta era mais renhida,     
Perdiam ora uma perna, ora um braço,     
Até que, totalmente inválidos, eram postos de lado,     
E viviam com a metade do soldo,     
Enquanto outros nunca apareciam no campo de batalha,     
E ficavam em casa recebendo em dobro.
Seus reis eram servidos, porém astutamente    
Logrados pelo seu próprio ministério;     
Muitos, que pelo seu bem-estar arduamente trabalhavam,     
Roubavam a própria coroa a quem salvavam;     
As pensões eram pequenas, e eles viviam à larga,     
Porém jactavam-se de sua honestidade,     
Chamando, sempre que extrapolavam seus direitos,     
Gratificação a seu logro matreiro;     
E, quando entendiam seu jargão,     
Mudavam o nome para emolumento,     
Relutantes em ser concisos ou explícitos     
Com tudo o que se referisse a ganhos;     
Pois não havia abelha que não quisesse     
Ganhar mais, não direi, do que merecia,     
Porém do que ousava permitir que soubessem     
Aqueles que lhes pagavam, como jogadores     
Que, embora jogando limpo, nunca revelam     
Aos perdedores o quanto ganharam.
Mas quem pode enumerar todas as suas fraudes?    
O próprio material que na rua     
Vendiam como esterco para enriquecer o solo,     
Freqüentemente, como descobria o comprador,     
Era sofisticado com um quarto     
De pedras e argamassa imprestáveis,     
Embora pouca razão tivesse para queixar-se     
Aquele que também vendia gato por lebre.
A própria Justiça, célebre pela equanimidade    
Embora cega não perdera o tato;     
Sua mão esquerda, que deveria sustentar a balança,     
Deixara-a muitas vezes pender, subornada com ouro;     
E, conquanto parecesse imparcial,     
Quando se tratava de punição corporal,     
Alardeava seguir curso regular     
Em assassinatos e todos os crimes violentos,     
Porém alguns, primeiro mandados ao pelourinho por desonestidade,     
Eram enforcados na própria corda com que haviam sido açoitados.     
Contudo, pensava-se, a espada que ela empunhava     
Reprimia apenas os pobres e desesperados     
Que, impelidos por mera necessidade,     
Eram amarrados à árvore dos desgraçados     
Por crimes que não mereciam tal destino,     
Senão para proteger os ricos e poderosos.
Assim, o vício imperava em cada parte,    
Embora o todo fosse um paraíso;     
Incensados na paz, temidos na guerra,     
Tinham o respeito dos estrangeiros,     
E, na abundância de riqueza e vidas,     
Eram a força preponderante entre todas as colméias.     
Tais eram as bênçãos daquele estado     
Que seus crimes conspiravam para torna-lo grandioso;     
E a virtude, que com a política     
Aprendera milhares de artifícios sutis,     
Tornara-se, pela feliz influência,     
Amiga do vício, e desde então     
O pior elemento em toda a multidão     
Fazia algo para o bem comum.     
Era essa a estatística que regia     
O todo, do qual cada parte reclamava;     
Isso, como na harmonia musical,     
Conciliava as dissonâncias no geral.     
Grupos diretamente opostos     
Ajudavam-se mutuamente, como por perversidade,     
E a temper ança e a sobriedade     
Serviam à embriaguez e à gula.
A avareza, raiz do mal,    
Esse maldito, perverso, pernicioso vício,     
Era escrava da prodigalidade,     
O pecado nobre; enquanto o luxo     
Empregava um milhão de pobres,     
E o orgulho odioso, mais um milhão.     
A própria inveja e a vaidade     
Eram ministros da indústria;     
Sua extravagância predileta, a volubilidade     
No comer, vestir-se e mobiliar,     
Tornara-se, vício estranho e ridículo,     
A própria roda que movia os negócios.     
Suas leis e seus trajes eram, igualmente,     
Coisas mudáveis,     
Pois, o que em certo momento era bem visto,     
Meio ano depois tornava-se crime.     
Entretanto, enquanto assim alteravam suas leis,     
Sempre encontrando e corrigindo imperfeições,     
Através da inconstância reparavam falhas     
Que a prudência não poderia prever.
Assim, o vício fomentava a engenhosidade    
Que, unida ao tempo e ao trabalho,     
Propiciava as comodidades da vida,     
Seus verdadeiros prazeres, confortos e facilidades,     
A tal ponto que mesmos os pobres     
Viviam melhor que os ricos de outrora,     
E nada mais havia a acrescentar-se.
Como é vã a felicidade dos mortais!    
Tivessem eles noção dos limites da bem-aventurança,     
E de que a perfeição, cá embaixo,     
Está acima do que os deuses podem conceder,     
E os queixosos animais ter-se-iam contentado     
Com ministros e governo.     
Porém eles, a cada sobrevento,     
Como criaturas irremediavelmente perdidas,     
Maldiziam os políticos, o exército, as frotas,     
Enquanto cada um gritava “Abaixo os desonestos!”,     
Apesar de cônscio dos próprios defeitos,     
Dos demais, barbaramente, não tolerava nenhum.
Um, que conseguira patrimônio principesco    
Enganando o patrão, o rei e os pobres,     
Atrevia-se a bradar “Que a terra pereça     
Por todas as suas fraudes!”; e quem pensais”     
Que o patife pregador do sermão censurava?     
A um luveiro, que vendera couro grosseiro por pelica!
A menor coisa feita incorretamente,    
Ou que obstasse aos negócios públicos,     
E já todos os velhacos gritavam disfarçadamente:     
“Oh, Deus! Se ao menos houvesse honestidade!”     
Mercúrio sorria ante a imprudência,     
E outros chamavam-na falta de senso,     
Sempre a protestar contra o que amavam.     
Porém, Júpiter, cheio de indignação,     
Finalmente, irritado, jurou livrar     
Da fraude a vociferante colméia. E assim o fez.     
No mesmo momento, ela se foi     
E a honestidade encheu seus corações;     
Revelaram-se-lhes, como na árvore do conhecimento,     
Os crimes dos quais se envergonharam,     
E que então, em silêncio, confessaram,     
Enrubescendo ante sua torpeza,     
Como crianças que, desejando esconder suas faltas,     
Pela cor denunciam os pensamentos,     
Imaginando, ao serem olhados,     
Que os ou tros vêem o que fizeram.
Porém, oh deuses! Que consternação!    
Quão grande e súbita foi a alteração!     
Em meia hora, no país inteiro,     
A carne caiu um pêni por libra;     
A máscara da hipocrisia despencou,     
Do grande estadista ao palhaço;     
E alguns, tão conhecidos pela aparência afetada,     
Pareceram estranhos com a sua natural.
O tribunal ficou silencioso a partir de então,    
Pois agora os devedores, voluntariamente, pagavam     
Mesmo o que os credores haviam esquecido,     
E estes desobrigavam os que não podiam saldar as dívidas.     
Os que estavam sem razão calaram-se     
E desistiram dos esfarrapados e vexatórios processos,     
Com o que, já que ninguém prospera menos     
Do que advogados em uma colméia honesta,     
Todos, exceto os que tinham grandes posses,     
Partiram, levando consigo seus tinteiros.
A justiça enforcou alguns, outros libertou,    
E, após esvaziarem-se as prisões,     
Não mais sendo necessária sua presença,     
Retirou-se com todo o seu cortejo e pompa.     
Na vanguarda marcharam ferreiros, com cadeados e grades,     
Grilhões e portas com chapas de ferro;     
A seguir, carcereiros, guardas e ajudantes;     
Á frente da deusa, a alguma distância,     
Seu fiel ministro principal,     
Dom Algoz, o grande executor da lei,     
Empunhando não a espada imaginária,     
Mas seus próprios instrumentos, o machado e a corda;     
Então, em uma nuvem, a bela de olhos vendados:     
A justiça em pessoa, impelida pelo ar;     
Em volta de sua carruagem, e na retaguarda,     
Seguiram sargentos, esbirros de todas a espécie,     
Beleguins e todos aqueles funcionários     
Que das lágrimas arrancam seu sustento.
Embora vivesse a medicina enquanto houvesse doentes,    
Ninguém prescrevia senão abelhas habilitadas,     
As quais dispersaram-se tanto pela colméia     
Que nenhuma precisava de condução;     
Deixaram de lado controvérsias inúteis e esforçaram-se     
Por livrar os pacientes do sofrimento;     
Abandonaram as drogas produzidas em países desonestos     
E usaram os produtos da sua própria terra,     
Sabendo que os deuses não mandam doenças     
A nações sem remédios.
O clero despertou da preguiça;    
Não mais delegaram suas incumbências às abelhas auxiliares;     
Isentos de vício, serviram pessoalmente     
Aos deuses, com oração e sacrifício.     
Todos os que eram inaptos, ou sabiam     
Serem dispensáveis seus serviços, retiraram-se;     
Nem havia trabalho para tantos     
(se é que os honestos precisam de algum).     
Somente uns poucos permaneceram com o sumo-sacerdote,     
A quem os demais juraram obediência;     
Ele próprio ocupou-se de assuntos divinos,     
Cedendo a outro os negócios de estado.     
Não escorraçou de sua porta nenhum faminto,     
Nem roubou aos pobres seu salário;     
Em sua casa os esfomeados foram alimentados,     
Os subordinados tiveram pão sem restrições,     
E os viajantes necessitados, cama e comida.
Entre os grandes ministros do rei    
E todos os administradores subalternos     
A mudança foi grande pois, frugalmente,     
Passaram a viver de seu salário.     
Que uma abelha pobre viesse dez vezes     
Pedir o que lhe era devido, uma quantia irrisória,     
E por um escrivão bem pago fosse obrigada     
A dar algo por fora ou nunca receber,     
Seria agora considerado absoluta desonestidade,     
Embora antes fosse prerrogativa.     
Todos os lugares, antes administrados por três,     
Que vigiavam mutuamente suas velhacarias,     
E muitas vezes, por camaradagem,     
Promoviam os roubos uns dos outros,     
Felizmente passaram a ser geridos por um só;     
Com isso, foram-se outros milhares.
Nenhuma honra agora poderia satisfazer-se    
Em viver devendo pelo que gastava;     
Librés ficaram expostas em lojas de penhores,     
Desfizeram-se de carruagens por uma pechincha,     
Venderam cavalos magníficos às parelhas,     
E casas de campo para saldar dívidas.
Evitou-se o gasto inútil tanto quanto a fraude;    
Não mais mantiveram exércitos no exterior;     
Riram-se da estima dos estrangeiros     
E das glórias vãs conseguidas com guerras;     
Lutaram, mas pelo bem da pátria,     
Quando o direito e a liberdade estavam em jogo.
Olhai agora a gloriosa colméia e vede    
Como se conciliam honestidade e negócios:     
O espetáculo terminou; esvaiu-se rapidamente,     
E apresentou-se com face bastante diversa,     
Pois não só foram-se aqueles     
Que somas vultosas gastavam anualmente,     
Mas multidões, que neles tinham seu ganha-pão,     
Foram diariamente forçadas a fazer o mesmo;     
Inutilmente buscara outros ofícios,     
Pois estavam todos superlotados.     
Caiu o preço da terra e das casas;     
Palácios maravilhosos, cujos muros,     
Como os de Tebas, foram feitos para o espetáculo.     
Puseram-se para alugar, enquanto os outrora garridos,     
Bem estabelecidos deuses domésticos ficariam     
Mais satisfeitos em morrer no fogo do que ver     
A modesta inscrição na porta     
Sorrir das soberbas que eles exibiam.     
A construção civil foi aniquilada,      
Não se empregaram mais artífices,     
Nenhum pintor ganhou fama por sua arte,     
Canteiros e entalhadores não se tornaram conhecidos.
Os que permaneceram tornaram-se moderados,    
Esforçaram-se não para gastar, mas para viver,     
E, tendo pago a conta da taverna,     
Resolveram lá não mais entrar.     
Nenhuma ex-noiva de taverneiro em toda a colméia     
Pôde, então, usar tecidos de ouro e prosperar,     
Nem perdulários adiantar tão grandes quantias     
Para borgonhas e verdascos.     
Foi-se o cortesão que com sua querida,     
Diariamente ali jantava um banquete de natal,     
Gastando, em duas horas de estada,     
O que sustentaria o dia todo uma tropa de cavalaria.
O arrogante Cloé, que para viver à grande,    
Fizera seu marido roubar ao Estado,     
Agora, contudo, vendeu sua mobília,     
Que fora saqueada nas Índias,     
Reduziu o dispendioso cardápio,     
E usou um ano inteiro os mesmo trajes duráveis:     
A era da futilidade e do capricho passou,     
E as roupas, bem como as modas, permaneceram.     
Tecelões que produziam ricos brocados     
E todos os ofícios subordinados     
Extinguiram-se. Ainda reinava a paz e a abundância,     
E tudo era barato, porém simples.     
A bondosa Natureza, livre do jugo dos jardineiros,     
Concedia todos os frutos no seu próprio tempo;     
Contudo, raridades não se podia mais obter     
Quando os esforços para consegui-las não eram pagos.
À medida que minguaram orgulho e luxo,    
Gradativamente deixaram os mares,     
Agora não os mercadores, mas companhias.     
Fecharam fábricas inteiras.     
Todas as artes e ofícios foram abandonados.     
O contentamento, ruína da indústria,     
Fê-lo apreciar seu estoque caseiro     
E não buscar nem cobiçar mais.
Assim, poucos permaneceram na vasta colméia;    
Não puderam manter nem a centésima parte     
Contra as afrontas dos numerosos inimigos,     
A quem, valentemente, enfrentavam,     
Até encontrar algum refúgio bastante fortificado,     
Onde morriam ou defendiam seu território.     
Não houve mercenários em seu exército;     
Bravamente, lutaram eles próprios.     
Sua coragem e integridade     
Foram finalmente coroadas com a vitória.     
Triunfaram, porém não sem custo,     
Pois milhares de abelhas pereceram.     
Calejadas dos árduos trabalhos e exercícios,     
Consideraram vicio a própria comodidade,     
O que aperfeiçoou de tal modo sua moderação.     
Que, para evitar extravagâncias,     
Voaram para uma árvore oca,     
Abençoadas com satisfação e honestidade.

O esculacho do torturador de Dilma.



vejam no site:http://www.viomundo.com.br/wp-content/uploads/2012/05/esculacho.jpg


Cem jovens do Levante Popular da Juventude fizeram o esculhacho do  tenente-coronel reformado Maurício Lopes Lima, que foi reconhecido pela  presidenta Dilma Roussef como torturador da Operação Bandeirante, no  município do Guarujá, no litoral de São Paulo (Rua Tereza Moura, 36).
Em depoimento à Justiça Militar, em 1970, quando tinha 22 anos, Dilma  afirmou ter sido ameaçada de novas torturas por dois militares  chefiados por Lopes. Ao perguntar-lhes se estavam autorizados pelo Poder  Judiciário, recebeu a seguinte resposta: “Você vai ver o que é o juiz  lá na Operação Bandeirante” (um dos centros de tortura da ditadura  militar).
Maurício Lopes Lima foi apontado pelo Ministério Público Federal  (MPF), em ação civil pública ajuizada em novembro de 2010, como um dos  responsáveis pela morte ou desaparecimento de seis pessoas e pela  tortura de outras 20 nos anos de 1969 e 1970. Segundo o MPF, o militar  foi “chefe de equipe de busca e orientador de interrogatórios” da  Operação Bandeirante (Oban) e do DOI/Codi.
Lopes nega ter torturado qualquer preso, incluindo a presidenta, mas  admite que a tortura era um procedimento comum à repressão. Em  entrevista ao jornal A Tribuna, de Santos, em 2010, declarou: “Eu sou  uma testemunha da tortura. Sim, eu sou. (…) a tortura, no Brasil, era  uma coisa comum (…) da polícia nossa.”
Em entrevista em 2003 ao jornalista Luiz Maklouf Carvalho, Dilma foi  perguntada de quem apanhava quando estava presa e respondeu: “O capitão  Maurício sempre aparecia”.
Dilma, que era uma das líderes da VAR-Palmares, foi presa em 16 de  janeiro de 1970. Ela foi brutalmente torturada e seviciada, submetida a  choques e pau-de-arara durante 22 dias. No depoimento à Justiça Militar,  em Juiz de Fora, em 18 de maio, cinco meses depois de ser presa, Dilma  deu detalhes da tortura no Dops. “Repete-se que foi torturada física,  psíquica e moralmente; que isso de seu durante 22 dias após o dia 16 de  janeiro (dia em que foi presa)”, diz trecho do depoimento.
Abaixo, leia a entrevista publicada pela Folha de S. Paulo, no 21 de junho de 2005, concedida em 2003 ao jornalista Luiz Maklouf Carvalho.
Que lembranças a sra. guardou dos tempos de cadeia?
Dilma Rousseff – A prisão é uma coisa em que a gente se encontra com  os limites da gente. É isso que às vezes é muito duro. Nos depoimentos, a  gente mentia feito doido. Mentia muito, mas muito.
Em um dos seus depoimentos da fase judicial, a sra. denunciou  que o capitão Maurício foi ameaçá-la de tortura por estar indignado com  as propositais contradições de seus depoimentos.
Dilma – Voltei várias vezes para a Oban, a Operação Bandeirante.  Descobriam que uma história não fechava com a outra, e aí voltava. Mas  aí eu já era preso velho. Preso velho é um bicho muito difícil de pegar  na curva. Preso novo, você não sabe o tamanho da dor.
Como era essa história de mentir diante da tortura?
Dilma – A gente tinha que fazer uma moldura e só se lembrar da  moldura, da história que se inventava, e não saía disso. Tinha que ter  uma história. Na relação do torturador com o torturado a única coisa que  não pode acontecer é você falar “não falo”. Se você falar “não falo”,  dali a cinco minutos você pode ser obrigado a falar, porque eles sabem  que você tem algo a dizer. Se você falar “não falo”, você diz pra eles o  seguinte: “Eu sei o que você quer saber e não te direi”. Aí você  entrega a arma pra ele te torturar e te perguntar. Sua história não pode  ser “não falo”. Tem que ser uma história e dali para a frente você não  sabe mais nada, não pode saber.
É um jogo difícil.
Dilma – É uma arte. A dificuldade é convencê-lo de que você não sabe  mais do que aquela moldura. Não é um jogo só de resistência física, é de  resistência psíquica. Até porque uma das coisas que você descobre é que  você está sozinho.
Quais são as cenas que estão vindo na sua cabeça, agora?
Dilma – Eu lembro de chegar na Operação Bandeirante, presa, no início  de 70. Era aquele negócio meio terreno baldio, não tinha nem muro,  direito. Eu entrei no pátio da Operação Bandeirante e começaram a gritar  “mata!”, “tira a roupa”, “terrorista”, “filha da puta”, “deve ter  matado gente”. E lembro também perfeitamente que me botaram numa cela.  Muito estranho. Uma porção de mulheres. Tinha uma menina grávida que  perguntou meu nome. Eu dei meu nome verdadeiro. Ela disse: “Xi, você  está ferrada”. Foi o meu primeiro contato com o esperar. A pior coisa  que tem na tortura é esperar, esperar para apanhar. Eu senti ali que a  barra era pesada. E foi. Também estou lembrando muito bem do chão do  banheiro, do azulejo branco. Porque vai formando crosta de sangue,  sujeira, você fica com um cheiro…
Por onde a tortura começou?
Dilma – Palmatória. Levei muita palmatória.
Quem batia?
Dilma – O capitão Maurício sempre aparecia. Ele não era interrogador,  era da equipe de busca. Dos que dirigiam, o primeiro era o Homero, o  segundo era o Albernaz. O terceiro eu não me lembro o nome. Era um  baixinho. Quem comandava era o major Waldir [Coelho], que a gente  chamava de major Lingüinha, porque ele falava assim [com língua presa].
Quem torturava?
Dilma – O Albernaz e o substituto dele, que se chamava Tomás. Eu não  sei se é nome de guerra. Quem mandava era o Albernaz, quem interrogava  era o Albernaz. O Albernaz batia e dava soco. Ele dava muito soco nas  pessoas. Ele começava a te interrogar. Se não gostasse das respostas,  ele te dava soco. Depois da palmatória, eu fui pro pau-de-arara.
Dá pra relembrar?
Dilma – Mandaram eu tirar a roupa. Eu não tirei, porque a primeira  reação é não tirar, pô. Eles me arrancaram a parte de cima e me botaram  com o resto no pau-de-arara. Aí começou a prender a circulação. Um outro  xingou não sei quem, aí me tiraram a roupa toda. Daí depois me botaram  outra vez.
Com choques nas partes genitais, como acontecia?
Dilma – Não. Isso não fizeram. Mas fizeram choque, muito choque, mas  muito choque. Eu lembro, nos primeiros dias, que eu tinha uma exaustão  física, que eu queria desmaiar, não agüentava mais tanto choque. Eu  comecei a ter hemorragia.
Onde eram esses choques?
Dilma – Em tudo quanto é lugar. Nos pés, nas mãos, na parte interna  das coxas, nas orelhas. Na cabeça, é um horror. No bico do seio. Botavam  uma coisa assim, no bico do seio, era uma coisa que prendia, segurava.  Aí cansavam de fazer isso, porque tinha que ter um envoltório, pra  enrolar, e largava. Aí você se urina, você se caga todo, você…
Quanto tempo durava uma sessão dessas?
Dilma – Nos primeiros dias, muito tempo. A gente perde a noção. Você  não sabe quanto tempo, nem que tempo que é. Sabe por quê? Porque pára, e  quando pára não melhora, porque ele fala o seguinte: “Agora você pensa  um pouco”. Parava, me retiravam e me jogavam nesse lugar do ladrilho,  que era um banheiro, no primeiro andar do DOI-Codi. Com sangue, com  tudo. Te largam. Depois, você treme muito, você tem muito frio. Você  está nu, né? É muito frio. Aí voltava. Nesse dia foi muito tempo. Teve  uma hora que eu estava em posição fetal.
Dá pra pensar em resistir, em não falar?
Dilma – A forma de resistir era dizer comigo mesmo: “Daqui a pouco eu  vou contar tudo o que eu sei”. Falava pra mim mesmo. Aí passava um  pouquinho. E mais um pouco. E aí você vai indo. Você não pode imaginar  que vai durar uma hora, duas. Só pode pensar no daqui a pouco. Não pode  pensar na dor.
A sra. agüentou?
Dilma – Eu agüentei. Não disse nem onde eu morava. Não disse quem era  o Max [codinome de Carlos Franklin Paixão de Araújo, então seu marido].  Não entreguei o Breno [Carlos Alberto Bueno de Freitas], porque tinha  muita dó. Vou dizer uma coisa que uma tupamara, presa com a gente, disse  pra mim. A tupamara ficou até com lesão cerebral. Ela disse: “Sabe por  que eu não disse, naquele dia, quem era quem? Porque eu era mulher do  fulano de tal e queria provar que o uruguaio é tão bom quanto o  brasileiro”.
Qual é o significado da frase?
Dilma – Que as razões que levam a gente a não falar são as mais variadas possíveis.
Quais foram as suas?
Dilma – Tinha um menino da ALN que chamava “Mister X”. Eu o vi  completamente destruído. Não sei o que foi feito dele. Nunca vou  esquecer o quadro em que ele estava. Primeiro, eu não queria que meus  companheiros estivessem numa situação daquelas. Segundo, eu tinha medo  que algum deles morresse. Terceiro, porque teve um dia que eu tive uma  hemorragia muito grande, foi o dia em que eu estive pior. Hemorragia,  mesmo, que nem menstruação. Eles tiveram que me levar para o Hospital  Central do Exército. Encontrei uma menina da ALN. Ela disse: “Pula um  pouco no quarto para a hemorragia não parar e você não ter que voltar”.
Palmatória, pau-de-arara, choque. O que mais?
Dilma – Não comer. O frio. A noite. Eles te botam na sala e falam:  “Daqui a duas horas eu volto pra te interrogar”. Ficar esperando a  tortura. Tem um nível de dor em que você apaga, em que você não agüenta  mais. A dor tem que ser infligida com o controle deles. Ele tem que  demonstrar que tem o poder de controlar tua dor.
E o torturado?
Dilma – O jogo é jamais revelar pra ele o que você acha. Ele não pode  saber o que você pensa e ele nunca pode achar que você só fala depois  de apanhar. Jamais. É melhor você não deixar ele perceber que te tira  informação por tortura. Tem que ter uma história. O ruim é quando a sua  história rui, por qualquer motivo. Ele acha que você mentiu. Se ele  achar que você mentiu, você está roubada. Ele descobriu qual é o jogo.  Quando você volta, e é por isso que voltar é ruim, ele diz: “Você  mentiu, pô, o negócio é que você mente”.
A sua história caiu?
Dilma – Uma vez caiu tudo, mas aí era tarde demais. Caiu tudinho da  Silva. Porque eu dizia que o meu marido tinha seqüestrado o avião e que,  se eu não tinha saído com ele, é que eu era uma pessoa que não sabia de  nada, que, se soubesse, teria ido junto. Aí eles descobrem que eu era  da direção da VAR, e que portanto era impossível não saber do seqüestro.  Tava zebrado. Aí tem que falar: “Não, eu era da direção, mas estava  separada dele”. Se a sua história cai, você está roubado.
O que é que ajuda, nesses momentos?
Dilma – Se eu tivesse ficado sozinha na cadeia, teria muito mais  problemas. Devo grande parte de ter superado, absorvido e em alguns  momentos chegado até a ironizar a tortura, para agüentar, às minhas  companheiras. Eu lembro do povo do [presídio] Tiradentes, que esteve  comigo.
De algum momento em particular?
Dilma – Quando alguma de nós era chamada para o repique, que era  voltar à Oban, havia um processo de contágio, de medo, e de uma  identificação muito forte entre nós. Como forma de ter controle da  situação, a gente dessolenizava. Então, tinha uma variante de grito de  guerra. Não mostra que a gente foi heroína, coisíssima nenhuma, e não é  nesse sentido. Mas foi a tentativa mais humana de dominar o indizível,  que era dizer: “Fulana, não liga não, se você for torturada a gente  denuncia”. E ria disso, pela ironia absoluta que é. O que é que adianta  denunciar? Para torturado, o que é que adianta? Mas a gente gritava isso  na hora que a pessoa estava saindo da cela, como uma forma de manter o  nível de controle sob seu destino, que você não tinha. Você não sabia  para onde você ia ou para onde a sua companheira ia.
Que balanço a sra. faz da experiência desse período?
Dilma – Não daria certo. A gente fez uma análise errada. Achamos que a  ditadura estava em crise, e estava iniciando o “milagre” [econômico]. A  gente não percebeu em que condições a atuava. Se a gente tivesse feito  uma análise correta da realidade, se tivesse visto o que estava  acontecendo… Mas a gente não percebeu, apesar da retórica, qual era o  nível de endurecimento político e de repressão que eles iam desenvolver.
O que dizia a retórica?
Dilma – A gente achava que o negócio era uma guerra revolucionária  prolongada, ou era um processo de guerrilha urbana, no momento em que o  sistema estava em expansão ou ia começar uma baita expansão e o  endurecimento pesado. Não se esqueça que no meio de 69 tem a Junta  Militar, e daí para a frente você tem talvez o período mais pesado da  ditadura, que é o período Médici. É o prende, prende, mata, mata. Numa  situação dessas, nós estávamos muito isolados, talvez umas 240 pessoas. O  que é que eles fizeram? Eles nos cercaram, desmantelaram, e uma parte  mataram. Foi isso que eles fizeram conosco. Eles isolaram a gente e  mataram.
E por que se avaliou tão mal?
Dilma – De uma certa forma, a gente tinha um modelo na cabeça. De  todo forma, eu acho que a minha geração tem um grande mérito, que é o  negócio da Var-Palmares: “Ousar Lutar, Ousar Vencer”. Esse lado de uma  certa ousadia. A gente tinha uma imensa generosidade e acreditávamos que  era possível fazer um Brasil mais igual. Eu tenho orgulho da minha  geração, de a gente ter lutado e de ter participado de todo um sonho de  construir um Brasil melhor. Acho que aprendemos muito. Fizemos muita  bobagem, mas não é isso que nos caracteriza. O que nós caracteriza é ter  ousado querer um país melhor. 

domingo, 6 de maio de 2012

Cronicamente Inviável

Sem comentários... o filme é MUITO BOM!!!!!



como está no youtube:

O filme mostra trechos das histórias de 6 personagens, mostrando a dificuldade de sobrevivência mental e física em meio ao caos da sociedade brasileira, que atinge a todos independentemente da posição social ou da postura assumida.

Título original: (Cronicamente Inviável)
Lançamento: 2000 (Brasil)