O menino no banco
Passa carro, gente e bicicletas
Gritos e mais gente: é dia de feira
E o olhar deslumbrado,
Do menino no banco.
Suas pernas sequer chegam ao chão
Seus braços curtos e mãos pequenas firmam no assento por medo da queda
E ouve risos altos e debochados, tombos feios e desesperos
Lágrimas nos rostos, de tristezas profundas
Ou alegrias inexplicáveis
E o menino no banco.
E passa vida e mais vida
Medos e surpresas
De longe os olhos brilham
Mesmo sem entender o que está além do banco.
Seus pezinhos, então, já balançam para lá e pra cá
E com um pequeno impulso, chega a com eles, sentir o chão
E por um escorregão o menino no banco descobre que não está mais no banco
E procura um novo banco para sentar.
Mas até encontrar...
Juliana Janaina.
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