FILOSOFIA ANTIGA
Panorama dos pré-socráticos ao helenismo
Heidi Strecker*
Especial para Página 3 Pedagogia & Comunicação
Especial para Página 3 Pedagogia & Comunicação
| Platão (esq.) e Aristóteles, em detalhe do  quadro de Rafaello | 
A filosofia é um saber específico e tem uma história que já dura  mais de 2.500 anos. A filosofia nasceu na Grécia antiga  - costumamos dizer - com os primeiros filósofos, chamados pré-socráticos.  Mas a filosofia não é compreendida hoje apenas como um saber  específico, mas também como uma atitude em relação ao conhecimento, o  que faz com que seus temas, seus conceitos e suas descobertas sejam  constantemente retomados.
A história da filosofia coloca em  perspectiva o conhecimento filosófico e apresenta textos e autores que  fundamentam nosso conhecimento até hoje. 
A história da filosofia  na Antigüidade pode ser dividida em três grandes períodos: o período  pré-socrático, a Grécia clássica e a época helenística. 
Pré-socráticos
Os  filósofos que viveram antes da época de Sócrates,  como Parmênides e Heráclito, investigaram a origem das coisas e as  transformações da natureza. De seus textos só restaram fragmentos. O  conhecimento especulativo no período pré-socrático não se distinguia dos  outros conhecimentos, como a astronomia, a matemática ou a física.
Tales de  Mileto foi o primeiro pensador que podemos chamar de filósofo. Como  outros pré-socráticos, Tales dedicou-se a caracterizar o princípio ou a  matéria de que é feito o mundo. Sustentou que este princípio era a água.
A Grécia clássica
No período clássico, a filosofia vinculou-se a um  momento histórico privilegiado - o da Grécia clássica. Nesse período,  que compreende os séculos 5 a.C. e 4 a.C., a civilização grega conheceu  seu apogeu, com o esplendor da cidade de Atenas. Essa cidade-estado  dominou a Grécia com seu poderio militar e econômico.
Adotando a democracia  como sistema político, Atenas assistiu a um florescimento admirável das  ciências e das artes. Foi  esse período histórico que deu origem ao pensamento dos três maiores  filósofos da Antigüidade: Sócrates,  Platão  e Aristóteles.  
Sócrates não deixou uma obra escrita, mas conhecemos seu  pensamento através das obras de seu discípulo Platão. Este não escreveu  uma obra sistemática, organizada de forma lógica e abstrata, mas sim um  rico conjunto de textos em forma de diálogo, em que diferentes temas são  discutidos. Os diálogos de Platão estão organizados em torno da figura  central de seu mestre - Sócrates.
Platão e Aristóteles
O  conhecimento é resultado do convívio entre homens que discutem de forma  livre e cordial. No livro "A República", por exemplo, temos um grupo de  amigos que incluem o filósofo Sócrates, dois irmãos de Platão - Glauco e  Adimanto - e vários outros personagens, que serão provocados pelo  mestre. O diálogo vai tratar de assuntos relacionados à organização da  sociedade e à natureza da política. A palavra política vem do grego  polis, que significa cidade ou Estado.
Aristóteles - ao contrário  de Platão - criou uma obra sistemática e ordenada. A filosofia  aristotélica cobre diversos campos do conhecimento, como a lógica, a  retórica, a poética, a metafísica e as diversas ciências. No livro "A  Política", Aristóteles entende a ciência política como desdobramento de  uma ética, cuja principal formulação encontra-se no livro "Ética a  Nicômaco". 
Helenismo
O período helenístico corresponde  ao final do século 3 a.C. (período que se sucede à morte de Alexandre  Magno, em 323 a.C.) e se estende, segundo alguns historiadores, até o  século 6 d.C. As preocupações filosóficas fundamentais voltam-se para  as questões morais, para a definição dos ideais de felicidade e virtude e  para o saber prático.
FILOSOFIA MEDIEVAL
Filósofos cristãos conciliaram fé e razão
Heidi Strecker*
Com a dissolução do Império romano,  as invasões bárbaras e o desaparecimento das instituições, os centros  de difusão cultural também se desagregaram. Os chamados "pais da igreja"  foram os primeiro filósofos a defender a fé cristã nos primeiros  séculos, até aproximadamente o século 8.
Os padres da igreja  foram os filósofos que, nesse período, tentaram conciliar a herança  clássica greco-romana, com o pensamento cristão. Essa corrente  filosófica é conhecida como patrística. A filosofia patrística  começa com as epístolas de São Paulo e o evangelho de São João. Essa  doutrina tinha também um propósito evangelizador: converter os pagãos à  nova religião cristã.
Surgiram idéias e conceitos novos, como os  de criação do mundo, pecado original, trindade de  Deus, juízo final e ressurreição dos mortos. As questões teológicas,  relativas às relações entre fé e razão, ocuparam as reflexões dos  principais pensadores da filosofia cristã.
Santo Agostinho e a interioridade
Santo  Agostinho (354-430) foi o primeiro grande filósofo cristão. Uma de  suas principais formulações foi a idéia de interioridade, isto é, de uma  dimensão humana dotada de consciência moral e livre arbítrio.
As  idéias filosóficas tornam-se verdades reveladas (reveladas por Deus,  através da Bíblia e dos santos) e inquestionáveis. Tornaram-se dogmas. A  partir da formulação das idéias da filosofia cristã, abre-se a  perspectiva de uma distinção entre verdades reveladas e verdades  humanas. Surge a distinção entre a fé e a razão.
O conhecimento  recebido de Deus torna-se superior ao conhecimento racional. Em  decorrência desta própria dicotomia, surge a discussão em torno da  possibilidade de conciliação entre fé e razão.
Escolástica e Tomas de Aquino
A partir do século 12, a filosofia medieval é  conhecida como escolástica. Surgem as universidades e os centros de  ensino e o conhecimento é guardado e transmitido de forma sistemática. Platão e  Aristóteles,  os grandes pensadores  da Antiguidade, também foram as principais influências da filosofia  escolástica. Nesse período, a filosofia cristã alcançou um notável  desenvolvimento. Criou-se uma teologia, preocupada em provar a  existência de Deus e da alma.
O método da escolástica é o método  da disputa. A disputa consiste na apresentação de uma tese, que pode ser  defendida ou refutada por argumentos. Trata-se de um pensamento  subordinado a um princípio de autoridade (os argumentos podem ser  tirados dos antigos, como Platão e Aristóteles, dos padres da igreja ou  dos homens da igreja, como os papas e os santos). 
O filósofo  mais importante desse período é São Tomás de Aquino, que produziu uma  obra monumental, a "Suma Teológica", elaborando os princípios da  teologia cristã.
FILOSOFIA MODERNA
A razão: do Renascimento ao Iluminismo
Heidi Strecker*
No período do Renascimento  (séculos 15 e 16), o mundo assistiu a profundas transformações no campo  da política, da economia, das artes e das ciências. O Renascimento  retomou valores da cultura clássica (representada pelos autores gregos e  latinos), como a autonomia de pensamento e o uso individual da razão,  em oposição aos valores medievais, como o domínio da fé e a autoridade  da Igreja.
No campo político, o principal autor do Renascimento  foi Maquiavel,  autor de "O Príncipe". Maquiavel elaborou uma teoria política  fundamentada na prática e na experiência concreta. Durante o período  medieval, o poder político era concebido como presente divino e os  teólogos elaboraram suas teorias políticas baseados nas escrituras  sagradas e no direito romano. 
Uma outra obra representativa  desse momento filosófico é o "Elogio da  Loucura", de Erasmo de  Roterdã. Ao elaborar uma obra ao mesmo tempo literária e filosófica,  Erasmo usa a palavra para afirmar valores humanos e denunciar a  hipocrisia, ridicularizando papas, filósofos ou príncipes. As mudanças  dessa época de crise prepararam o caminho para o despontar do  racionalismo clássico.
Racionalismo clássico
O século 17  foi um dos períodos mais fecundos para a história da filosofia. Marcado  pelo absolutismo  monárquico (concentração de todos os poderes nas mãos do rei) e  pela Contra-Reforma  (reafirmação da doutrina católica em oposição ao crescimento do  protestantismo), essa época acolheu as grandes criações do espírito  científico, como as teorias de Galileu  Galilei e o experimentalismo de Francis Bacon.
Recusando a  autoridade dos filósofos que o antecederam, René  Descartes foi o maior expoente do chamado "racionalismo clássico" -  uma época que deu ao mundo filósofos tão brilhantes como Blaise  Pascal, Thomas  Hobbes, Baruch  Espinoza, John Locke  e Isaac  Newton.
Embora sempre tenha sido objeto da reflexão dos  filósofos, o problema do conhecimento tornou-se mais agudo a partir do  século 17. Com os filósofos modernos (em oposição aos filósofos  medievais e os da Antiguidade),  a teoria do conhecimento tornou-se uma disciplina filosófica  independente. O pensamento passou a voltar-se para si mesmo. O  pensamento (sujeito do conhecimento) passou a ser também o seu objeto.  Em outras palavras: o homem começou a pensar nas suas próprias maneiras  de pensar e entender o mundo.
Racionalismo e empirismo
Os  filósofos formularam basicamente duas respostas diferentes para a  questão do conhecimento - o racionalismo e o empirismo.
Para  os racionalistas, como René Descartes, o conhecimento verdadeiro é  puramente intelectual. A experiência sensível precisa ser separada do  conhecimento verdadeiro. A fonte do conhecimento é a razão.
Para  os empiristas, como John Locke e David Hume, o conhecimento se realiza  por graus contínuos, desde a sensação até atingir as idéias. A fonte do  conhecimento é a experiência sensível.
O iluminismo
No  século 18, a razão é vista também como guia para a discussão do problema  moral (o problema da ação humana) e o filósofo é entendido como aquele  que faz uso público da razão, ao usar sua liberdade de pensar diante de  um público letrado. 
Immanuel  Kant foi um filósofo de grande reputação, um dos maiores pensadores  da filosofia do Iluminismo  (movimento cultural do século 17 e 18, caracterizado pela valorização  da razão como instrumento para alcançar o conhecimento).
Como  autêntico representante da filosofia do século 18, era defensor  incondicional do papel da razão no progresso do homem. Ao buscar  fundamentar na razão os princípios gerais da ação humana, Kant elaborou  as bases de toda a ética que viria a seguir. A formulação do famoso  "imperativo categórico" guiou seu pensamento no campo da moral e dos  costumes. Kant criou duas obras magistrais, a "Crítica da Razão  Pura"(1781) e "Crítica da Razão Prática" (1788). 
O Iluminismo foi  também a filosofia que norteou a Revolução  Francesa, e teve em filósofos como Voltaire,  Jean-Jacques  Rousseau e Denis Diderot seus grandes expoentes.
FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
Fenomenologia, existencialismo
Heidi Strecker*
Especial para Página 3 Pedagogia & Comunicação
Especial para Página 3 Pedagogia & Comunicação
O mundo em que vivemos, das telecomunicações, da internet, dos  programas espaciais, da física quântica,  ou da medicina de alta tecnologia parece não ter lugar para a  filosofia. Onde está a filosofia? O filósofo Bertrand  Russel pensou nessa questão:
| A filosofia, como todos os outros estudos, visa em primeiro lugar ao conhecimento. O conhecimento a que ela aspira é o tipo de conhecimento que dá unidade e sistematiza o corpo das ciências, e que resulta de um exame crítico dos fundamentos de nossas convicções, preconceitos e crenças. | 
| Bertrand           Russell, Os problemas da filosofia | 
Isso mesmo. Essa é uma das definições de filosofia: ela é uma disciplina  que estuda os fundamentos de nossas convicções. No entanto, enquanto as  ciências estabelecem um corpo sólido de conhecimentos e verdades a  partir do qual passam a se desenvolver, a filosofia não alcança os  mesmos resultados. Ela não dá respostas definitivas a nenhuma questão. E  agora? O próprio Bertrand Russel matou a charada: 
| Isto se deve em parte ao fato de que, assim que o conhecimento definitivo a respeito de qualquer assunto torna-se possível, esse assunto deixa de ser chamado de filosofia, e torna-se uma ciência independente. O estudo total dos céus, que agora pertence à astronomia, foi um dia incluído na filosofia; a grande obra de Newton chamava-se ‘princípios matemáticos de filosofia natural’. Do mesmo modo, o estudo da mente humana, que fazia parte da filosofia, agora foi separado da filosofia e tornou-se a ciência da psicologia. Assim, em grande medida, a incerteza da filosofia é mais aparente que real: as questões que são capazes de ter respostas definitivas são abrigadas nas ciências, enquanto aquelas para as quais, até o presente, não podem ser dadas respostas definitivas, continuam a formar o resíduo que é chamado de filosofia. | 
Estamos mergulhados num mundo que não cessa de colocar novas questões  para a filosofia. Por isso mesmo, não é fácil reconhecer o que é a filosofia  contemporânea. Estamos perto demais. Percebemos a filosofia do  passado com mais clareza e mais coesão do que percebemos a filosofia que  se faz hoje. 
Mas vamos lá! Chamamos de filosofia contemporânea aquela que teve início  no século 19, atravessou o século 20 e chegou até os dias de hoje. 
A filosofia contemporânea fundamenta-se em alguns conceitos que foram  elaborados no século 19. Um desses conceitos é o conceito de história,  que foi formulado pelo filósofo G.W.F.  Hegel. A filosofia de Hegel relaciona-se com as idéias de totalidade  e de processo. Passamos a entender o homem como um ser histórico, assim  como a sociedade. 
Uma das conseqüências dessa percepção é a idéia de progresso. O filósofo  Auguste  Comteordem e progresso, é  inspirado nas idéias de Comte).  foi um dos principais teóricos a pensar essa questão. Tanto a  razão quanto o saber científico caminham na direção do desenvolvimento  do homem (o lema da bandeira brasileira, 
As utopias políticas elaboradas no século 19, como o anarquismo,  o socialismo  e o comunismo,  também devem muito à idéia de desenvolvimento e progresso, como caminho  para uma sociedade justa e feliz. 
Progresso descontínuo
A idéia de que a história fosse um  movimento contínuo e progressivo em direção ao aperfeiçoamento sofreu  duras restrições durante o século 20. 
No século 20, porém, formou-se a noção de que o progresso é descontínuo,  isto é, não se faz por etapas sucessivas. Desse modo, a história  universal não é um conjunto de várias civilizações em etapas diferentes  de desenvolvimento. Cada sociedade tem sua própria história. Cada  cultura tem seus próprios valores. 
Essa visão de mundo possibilitou o desenvolvimento de várias ciências  como a etnologia, a antropologia e as ciências  sociais. 
Ciência e técnica
A confiança no saber científico foi outra  das atitudes filosóficas que se desenvolveram no século 19. Essa atitude  implica que a natureza pode ser controlada pela ciência e pela técnica.  Mas não apenas isso, o desenvolvimento da ciência e da técnica passa a  ser capaz de levar ao progresso vários aspectos da vida humana. Surgiram  disciplinas como a psicologia, a sociologia e a pedagogia. 
No século 20, a filosofia passou a colocar em cheque o alcance desses  conhecimentos. Essas ciências podem não conseguir abranger a totalidade  dos fenômenos que estudam. E também muitas vezes não conseguem  fundamentar e validar suas próprias descobertas. 
O triunfo da razão
A idéia de que a razão, ciência e o  conhecimento são capazes de dar conta de todos os aspectos da vida  humana também foi pensada criticamente por dois grandes filósofos: Karl Marx  e Sigmund  Freud. 
No campo político, Marx tornou relativa a idéia de uma razão livre e  autônoma ao formular a noção de ideologia - o poder social e invisível  que nos faz pensar como pensamos e agir como agimos. 
No campo da psique, Freud abalou o edifício das ciências psicológicas ao  descobrir a noção de inconsciente - como poder que atua sem o controle  da consciência. 
Teoria crítica
A idéia de progresso humano como percurso  racional sofreu um duro golpe com a ascensão dos regimes totalitários,  como o nazismo,  o fascismo e o stalinismo.  O desencanto tomou o lugar da confiança que existia anteriormente na  idéia de uma razão triunfante. 
Para fazer face a essa realidade, um grupo de intelectuais alemães  elaborou uma teoria que ficou conhecida como teoria crítica. Um  dos principais filósofos desse grupo é Max Horkheimer. Ele pensou que  as transformações na sociedade, na política e na cultura só podem se  processar se tiverem como fim a emancipação do homem e não o domínio  técnico e científico sobre a natureza e a sociedade. 
Esse pensamento distingue a razão instrumental da razão crítica. O que  seria a razão instrumental? Aquela que transforma as ciências e as  técnicas num meio de intimidação do homem, e não de libertação. E a  razão crítica? É a que estuda os limites e os riscos da aplicação da  razão instrumental. 
Existencialismo
O filósofo Jean-Paul  Sartre também pensou as questões do homem frente à liberdade e ao  seu compromisso com a história. Utilizando também as contribuições do  marxismo e da psicanálise, o filósofo elaborou um pensamento sistemático  que põe em relevo a noção de existência em lugar da essência. 
Fenomenologia
O estudo da linguagem científica, dos  fundamentos e dos métodos das ciências tornou-se um foco de atenção  importante para a filosofia contemporânea. O filósofo Edmund Husserl  propôs à filosofia a tarefa de estudar as possibilidades e os limites do  próprio conhecimento. Husserl desenvolveu uma teoria chamada fenomenologia.  
Filosofia analítica
As formas e os modos de funcionamento da  linguagem foram estudados pelo filósofo Ludwig Wittgenstein.  A filosofia analítica é uma disciplina que se vale da análise lógica  como método e entende a linguagem como objeto da filosofia. Bertrand  Russel e Quine também estudaram os problemas lógicos das ciências, a  partir da linguagem científica. 
Embora tenha se desdobrado em disciplinas especializadas, a filosofia  ainda é - como sempre foi - uma atitude filosófica. 
Assim        que começamos a filosofar achamos que mesmo as coisas mais  cotidianas        levam a problemas para os quais só podem ser dadas respostas muito         incompletas. A filosofia, embora incapaz de nos dizer com certeza  quais        são as respostas verdadeiras às dúvidas que ela suscita,        está apta a sugerir muitas possibilidades que ampliam nossos  pensamentos        e os libertam da tirania do hábito. Assim, embora diminuindo nosso         sentimento de certeza a respeito do que as coisas são, ela aumenta         enormemente nosso conhecimento em direção ao que as coisas        podem ser.
Fonte de pesquisa: http://educacao.uol.com.br/filosofia/ult3323u15.jhtm




 
 
Um comentário:
Bom Resumo da História da Filosofia. Espero que nossos alunos leiam e aproveitem.
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