quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

É para rir ou para chorar de descrença na Justiça?

Governo do Estado de São Paulo:
trabalhando por você!!!
E a prefeitura também!!

I– Depois de anos com a Cracolândia “funcionando” somente agora pensam em “resolver o problema”, claro com muita violência e pancadaria, e certamente com alguma intenção (talvez ocupar a área com algo mais lucrativo...)

II -  Depois de anos de ocupação de Pinheirinhos, agora “resolvem” desocupar a área: atirando contra as famílias, jogando bombas dentro das casas, de uma forma bem humana... e nada dos direitos humanos, direitos da criança e adolescentes, nada de padres, pastores, partidos de oposição, ninguém por estes “ninguéns”...

24 de janeiro

Os flagelados do Judiciário

Acabo de ler e ver reportagens sobre dois assuntos, que não sei se são um só.
Uma, no Estadão, sobre as remunerações de até centenas de milhares de reais percebidas por juizes e desembargadores em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Outra, na Folha e no Viomundo, sobre a violência e o desrespeito aos pobres moradores expulsos do Pinheirinho.
Para quem, ainda criança, viu atearem fogo e lançarem cães contra os favelados da Praia do Pinto e do Morro da Catacumba, há 40 anos, é como descrer no progresso humano.
Ontem mesmo o Estadão publicava que os nobres desembargadores consideravam uma violência ser exposto ao público o fato de que alguns deles – nem se discute se com origem legal ou não – terem movimentações imensas em suas contas bancárias, embora nome algum tenha sido revelado, porque as investigações são feitas dentro da prudência da lei, que deve preservar a todos.
E quem preserva essa pobre gente e seus filhos? Crianças, que os senhores juízes, quando são seus filhos, cuidam com tanto empenho, com tantas babás, boas creches, escolas de qualidade e todos os mimos e carícias?
Suas Excelências, decerto, não são monstros e não deixam de saber que – não importa que ganhem muito bem por seu trabalho – do fundamento jurídico da igualdade humana e dos princípios constituicionais da proteção aos direitos humanos e, sobretudo, das crianças. Inclusive e, especialmente, das pobres, que não têm senão o Estado para tutelar seus direitos mais comezinhos.
O que ocorreu em Pinheirinho não se passou no interior de Rondônia, nas selvas do Pará, ou em outro lugar remoto do qual se pudesse dizer estar além das fronteiras da compreensão moderna da aplicação da lei como instrumento de proteção a direitos – e os sociais sempre se sobrepõem, do ponto de vista do Estado, aos individuais, embora não possam anula-los – e não a privilégios.
A Suprema Corte brasileira, que considerou relevante proteger os direitos do Sr. Daniel Dantas, para que este não fosse exposto com algemas nas mãos, acha correto disparar balas de borracha – nem falo das de verdade, que se disparou também – contra mulheres e crianças? A Justiça brasileira acha correto contribuir para o risco de promover outra Eldorado dos Carajás ali pertinho da maior metrópole do hemisfério Sul?
O que está acontecendo com o Direito e a Justiça deste país?
Quando se trata de pressionar o Governo Federal para conceder aumentos ao Judiciário, há declarações públicas, tratativas políticas o apelo ao bom funcionamento de uma instituição da República.
Quando se trata de defender seus mais frágeis jurisdicionados nem mesmo um apelo à moderação, à humanidade, ao bom-senso. Havia, na ordem mandatória do despejo, alguma determinação de que houvesse assistência social, preparação dos serviços públicos para encaminhar as pessoas a casas, as crianças a escolas, os carentes à assistência devida?
Ou apenas para enxotá-los, como se fossem cães?
Será que precisamos de um novo Sobral Pinto para constranger a Justiça brasileira, pedindo que se aplique aos seres humanos do Pinheirinho a lei de proteção aos animais?
O ovo da serpente, ao qual se referiu a Ministra Eliana Calmon, eclodiu em São José dos Campos. Um Judiciário – porque seria desonroso chamar a isso de Justiça – que é algo que já não se rege nem pela moralidade e nem mesmo pela humanidade.
Há um campo de refugiados em São José dos Campos. Lá estão os flagelados. Não da seca, não das chuvas.
Os flagelados do Judiciário brasileiro, que repete a olímpica indiferença de Maria Antonieta.
III- No aniversário de São Paulo protestantes vão contra  o  carro do adorado e votado prefeito Kassab, e ele reclama da violência das pessoas, até entende os protestos, mas sem violência, né?

Kassab lamenta uso de violência em manifestação na Sé

O prefeito disse compreender os protestos, mas condenou o uso de violência de parte dos manifestantes

 
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Foto: AEAmpliar
Kassab tenta sair da Catedral da Sé
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), lamentou as manifestações da manhã de hoje no centro da capital paulista contra as ações do governo estadual para desocupar o terreno da comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos, e da prefeitura paulistana na região da Cracolândia.
O prefeito disse compreender os protestos, mas condenou o uso de violência de parte dos manifestantes que cercaram e atacaram no carro do prefeito na saída da Catedral de Sé, onde foi celebrada uma missa em comemoração aos 458 anos de São Paulo.
"Estamos vivendo um período democrático e temos de ter compreensão com as manifestações, mas lamentamos o uso de violência que não é o melhor caminho", disse Kassab. O prefeito disse entender que existam pessoas que não concordam com as ações do governo e da Prefeitura na região central da cidade, conhecida como Cracolândia, mas reiterou que o diálogo é a melhor alternativa para discutir ações públicas. "Quem está na vida pública, sabe compreender até mesmo ações violentas, indevidas e de falta de respeito, mas tudo isso depõe contra os argumentos de quem protesta", disse.
O prefeito afirmou que o objetivo da polícia na Cracolândia é reprimir e enfrentar o crime e os traficantes. A prioridade, de acordo com ele, é encaminhar os dependentes químicos para a assistência social e para tratamento.




Irônica realidade, se não fosse verdade, pareceria um filme de comédia, ou seria trajédia?

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